sexta-feira, 21 de junho de 2013

Minh'alma


Onde estás??? ohh!!! Minh'alma?
Quais são as páginas que te leem 
E as teias que te prendem???
Deixaste o vazio, e com ele a possibilidade

De dor, de alegria,de lágrima, de agonia
A matéria e energia dançam no vácuo, criando
Cantando e gritando...
Onde estás??? ohh!!! Minh'alma

Quais os lábios que sorvem seu néctar, o tato que 
Sente sua textura, que corrompe sua ternura???
Foste terna, maligna, doce, mas vadia...
Tua herança é o nada, é o ódio, é espada

Não de dois gumes, mas, de quatro
Quatro cumes, de grande altura, de grande arrogância
De belas visões, grandes vulcões e erupções
Sua lava não limpa, mas é distinta 

Não destrói, mas constrói
E a bela vegetação cresce, verde, chamando esperança
Mesmo que regada com a chuva ácida de minhas lágrimas
A ação, a potência e a existência brincam de roda

Alegrando e preenchendo o vazio.
Mas qual o teu leito e o teu convento, meretriz dos meus sonhos???
Enquanto não dizes sobre teu paradeiro
Este seu desprezado parceiro, caminha gritando
Onde estás??? ohhh!!! Minh'alma!!!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Seria Fácil


Mais fácil seria...
Se o amor não fosse oferecido
E se a amizade houvesse rompido
O que foi e o que é, não é o que eu queria

Mais fácil seria...
Com o unguento certo para alma
Porque as lembranças não são cicatrizes, 
Mas feridas que lateja na alma

Um murmúrio contínuo
E as bestas da escuridão com seus bramidos
Despertam medo e quase ensurdecem os ouvidos
Sim!! na tentativa de enclausurar e criar...
Criar suas proles que semeiam o desatino

Desatino que vai, num caminho longínquo
Caminho, chamado vida...
Distância, chamada idade...
Harmonia, maturidade, e para isto
É necessário outra base 
Subjetiva, objetiva, sintetizada...

Despertar!!

Quero dormir...
Mas não pesadelo!!

Quero comer...
Mas não o pão que o diabo amassou!!

Quero sexo...
Não AIDS, nem DSTS!!

Quero casa...
Mas não um financiamento eterno!!

Quero prazer...
Não fazer mal para os outros!!

Quero justiça, liberdade, paz...
Acho que peguei no sono!!!


Quero acordar...!!




Existe?!!

Gastei!!
Tempo, alma, dinheiro...

Perdi!!
Amor, beijos e paz...

Desejei!!
Nova vida, comportamentos e pensamentos...

Idealizei!!
Soluções, paixões, descanso...

Senti medo!!
dos outros, e de mim...

Chorei!!
Por dentro, pois às lágrimas secaram...

Adorei!!
deus, à humanidade e agora, o nada...

Neguei!!
deus, eu mesmo, e o determinismo...

Dentre tantas coisas, posso dizer que simplesmente, existo??!!?!

O texto "Boa Conversa" está pronto, obrigado pela visita ao espaço virtualidades e loucuras...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Boa Conversa!!!



Fim de partida!!! Os torcedores vão à loucura, inclusive Lourenço. Ele e Fernando vinham acompanhando o campeonato gol a gol, e agora curtirão a comemoração.
Vitória, como nos últimos meses, espera seu esposo voltar da festa "Dionisíaca". Lourenço e ela estavam juntos há alguns anos, ele era um bom matemático e resolvia rápido certos problemas, isso lhe garantiu uma boa colocação num Banco da cidade, se tornou compulsivo por trabalho e mais ainda pelo futebol, enquanto sua esposa cuidava dos afazeres domésticos, o que lhe causava enorme tédio.
Fernando era um conhecido da torcida organizada, que frequentava a casa do casal há anos, elegante, educado, "uma boa conversa", conheceu Lourenço em  uma festa de comemoração às avessas, pois o time deles havia perdido, e no desafogar das mágoas, os dois terminaram num boteco comendo pastel em plena seis da manhã e falando de futebol, hoje em dia vão mais cedo embora pra casa.
O telefone toca na mesa de Lourenço e a telefonista diz que é seu amigo:
- Me passe a ligação, Renata, por favor!!
- Sim Senhor!
- Lourenço, é o Fernando, to querendo saber que dia vamos ao próximo jogo??
- Vou ver na internet, e te  ligo pra confirmar, mas vai em casa na sexta que é bem provável que vamos pro estádio, falô??
- Tá, apareço pelas oito, depois que sair do trabalho, um abraço!
A conversa dos dois por telefone era sempre rápida. Por coincidência, Vitória havia planejado um jantar à luz de vela com o esposo em plena sexta, mas a semana transcorreu sem mais novidades a não ser alguns telefonemas demorados que Lourenço atendia no trabalho. Na sexta de manhã Vitória se regozija de tanta alegria por ter conseguido todos os ingredientes e aditivos para o jantar, Lourenço sai como sempre para o trabalho e nota que sua esposa está radiante:
- Vitória, você tem alguma novidade, aconteceu alguma coisa??
- Não, nada. Só estou de bom humor!!! Responde Vitória com um sorriso travesso no rosto. O dia estava lindo, com um sol esplendoroso e com uma brisa que trazia a sensação de harmonia, Lourenço recebeu mais um telefonema demorado e quando estava próximo de terminar o expediente, ele pediu que a telefonista ligasse para sua casa, queria falar com Vitória.
- Senhor Lourenço, sua ligação...!
- Obrigado Renata!!
Lourenço começa a conversa se desculpando, pois trabalharia até mais tarde e correria para o estádio e pediu para esposa guardar a comida no micro-ondas, Vitória sem reclamar concordou apesar de sua tristeza, ela resolveu abrir uma das garrafas de vinho que havia comprado e senta no sofá olhando pra mesa toda arrumada e com as velas por acender, tomou alguns goles e acabou cochilando no sofá. Desperta assustada com o toque da campainha, pede um momento, corre para o banheiro e se arruma na frente do espelho, toma postura e elegantemente se dirige à porta, ao abrir, da de frente com Fernando, que com ar de espanto da um passo pra traz e diz:
- Nossa Vi, você ta simplesmente magnífica nesse vestido, seu esmalte e batom nem se fala, vocês estão de saída?
- Que nada Fernando, entra vai, te explico...
Fernando ao entrar vê a mesa pronta, logo imagina o que poderia ser tudo aquilo, e senta no sofá  enquanto Vitória coloca um DVD de um show que gostava de assistir e oferece um pouco de vinho pro seu visitante.
- Então Fernando, mais uma vez seu amigo me deixa na mão, planejei tudo a semana toda e hoje to eu aqui de bobeira e ele disse que vai pro estádio...
- Putz!! É isso, eu até me esqueci, vim aqui pra encontrar com ele e irmos juntos ver o jogo!!!
-Ahh!!! Não, você também não né, fica e janta comigo pelo menos e depois vai, faz o seguinte liga pro Lourenço e avisa, assim você já sabe se ele tá terminando o serviço...
- Tá bom!!! Fernando pega o celular e tenta ligar várias vezes no celular do amigo e nada, tentou no número do serviço mas ninguém atendeu também, achou estranho mas resolveu ficar, afinal havia saído do trabalho há pouco e a comida estava com um cheiro maravilhoso, pois Vitória estava a esquentá - la.
Os dois jantam e tomam seus vinhos conversando empolgadamente, terminam de assistir o show e começam a conversar sobre filmes, cinema, arte, religião, ciência e outras loucuras, até um deles olhar o relógio e perceber que era tarde, Vitória separa um pouco de sobremesa e dá para o amigo levar, Lourenço chega de madrugada cheirando a cerveja, e mesmo depois do banho ainda exalava o cheiro.
Na manhã seguinte Vitória disse ao esposo que seu amigo o esperou por um bom tempo, e que ficou para o jantar, Lourenço ligou para o amigo e se desculpou, marcando outra data para irem ao jogo, mas novamente o desencontro acontece e Fernando fica de companhia para Vitória, isso repetiu - se algumas vezes até que Fernando sem graça pela situação resolve manter contato apenas por telefone com o amigo, que narrava empolgadamente os jogos e comemorações, sem mencionar que o amigo lhe fazia falta.
O entusiasmo pelo futebol diminuiu, novos interesses nasceram, sem falar que o trabalho exigia cada vez mais no último mês. Nando, depois de um tempo sem entrar em contato com o amigo resolve ligar:
-Senhor Lourenço??
-Pois não Renata?
-É seu amigo, Fernando...
-Pode passar a ligação, então...
Os dois camaradas conversaram empolgados como se não morassem na mesma cidade, relembraram jogos e comemorações memoráveis, até Nando diminuir o ritmo da conversa e mencionar sua transferência, disse que mudaria aquela semana, que teria muita coisa para organizar mas gostaria muito de tomar uma cerveja com o amigo para se despedir, no entanto, os horários de Lourenço não batiam, então resolveram tomar um café da manhã no fim da semana. Lourenço durante a semana recebeu outro telefonema daqueles demorado, e depois com um sorriso no rosto vai até a telefonista e lhe pede para conseguir um buque de flores para o outro dia bem cedo e que fosse entregue para Vitória logo após o almoço, pois de manhã iria se despedir do amigo, e à tarde  prepararia uma surpresa para esposa, afinal, ganhou uma bolada em investimentos e apostas que fez nos últimos meses.
Os dois colegas passaram à manhã da sexta na padaria de costume, e depois de uma conversa calorosa que começou com café e terminou com uísque, se despedem  com o compromisso de logo em breve tornarem a se falar. Lourenço corroído por uma ansiedade quase insana, vai até uma joalheria e ao escolher uma joia pensa que nos últimos meses ele não tinha sido um bom esposo, mas tinha certeza que o brilho maravilhoso daquele colar sanaria as falhas que tanto lhe perturbavam. No fim do dia correu para sua casa e achou estranho que todas às luzes estivessem apagadas, ao entrar a acender às luzes, vê uma carta aberta sobre a mesa em que Vitória dizia:

Lolo!!!
Olá!!! desculpe pela falta de jeito dessas linhas mal escritas, mas como não temos conversado muito nos últimos meses, essa foi a saída que escolhi, fique tranquilo pois como você gosta, deixei comida pronta no micro ondas, as cervejas gelando no freezer, e o manual da lavadoura de louças está sobre a geladeira. Sinto muito por não ter compartilhado de sua vitória profissional e das vitórias futebolísticas, mas posso lhe agradecer por compartilhar comigo à amizade do Fernando, pois quando estiver lendo este bilhete, eu e ele estaremos voando provavelmente para Europa, lhe desejamos muita felicidade e vitórias, pois esta (Vitória) que lhe escreve, já faz parte de suas lembranças.

                                                                                                  Vitória...


quarta-feira, 5 de junho de 2013

outras indicações!!!


O Ensaio de Michel Lacroix, " O culto da emoção", que não tem nada haver com religiosidade e sim uma reflexão a respeito das emoções em alguns momentos históricos e suas influências na contemporaneidade principalmente na interação da subjetividade (tão racionalizada) com a realidade, é de linguagem simples e estimulante na reflexão.
O outro título é "Razão e Sentimento" de Jane Austen, publicado em 1811, que fala de hábitos e costumes de famílias europeias do Século XVIII, o que talvez não chame muito atenção, mas a trama psicológica é interessante, linguagem simples entre momentos cômicos e de extrema angústia, para os novatos na leitura talvez seja penoso o volume do livro, mas a obra é muito boa.