Tens um trocadinho?
Sim!! um trocadilho, tenho
Não me entendeste...
Claro que entendo
Moço, não quero verbo, nem artigo
E sim um abrigo, e talvez trigo.
Pois, antepassados que aos gritos da cruz
Sucumbiram nus, hoje não são
Um dia estiveram, mas, já não estão
No solo sagrado foram sangrados
Como porcos cachaços, caíam aos passos
E sob o canto dos pássaros...
O tambor calava, a dor se estampava
E a herança era o nada
Nada de espelho, é nada o que tenho
Mas ainda procuro a tal esperança em que tanto penso
Aquela que pela estrada se vai...
Como quirera de milho, que moído
A tiro, já não está no pilão
Sou índio, nação, que nos semáforos se esvai
O vermelho do sangue, hoje é vermelho de "Pare"
Pare!! de explorar, de ignorar, e estigmatizar
Quero o digno e não o fino, verdades e não mentiras
Um braço, uma mão, alguém que ampare
Não me entendeste...
Mas, um trocadilho, eu lhe dei!!!
E o seu pasmar mostrou-me quem sou, e serei...
Então te pergunto: Tens um trocadinho?
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