quinta-feira, 23 de maio de 2013

Quem serei???


Tens um trocadinho?
Sim!! um trocadilho, tenho
Não me entendeste...
Claro que entendo 

Moço, não quero verbo, nem artigo
E sim um abrigo, e talvez trigo.
Pois, antepassados que aos gritos da cruz 
Sucumbiram nus, hoje não são

Um dia estiveram, mas, já não estão
No solo sagrado foram sangrados
Como porcos cachaços, caíam aos passos 
E sob o canto dos pássaros...

O tambor calava, a dor se estampava 
E a herança era o nada 
Nada de espelho, é nada o que tenho
Mas ainda procuro a tal esperança em que tanto penso

Aquela que pela estrada se vai...
Como quirera de milho, que moído
A tiro, já não está no pilão 
Sou índio, nação, que nos semáforos se esvai

O vermelho do sangue, hoje é vermelho de "Pare"
Pare!! de explorar, de ignorar, e estigmatizar
Quero o digno e não o fino, verdades e não mentiras
Um braço, uma mão, alguém que ampare

Não me entendeste...
Mas, um trocadilho, eu lhe dei!!!
E o seu pasmar mostrou-me quem sou, e serei...
Então te pergunto: Tens um trocadinho?

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