sábado, 2 de fevereiro de 2013
Balanço no ar!!!!
Encontrei o João hoje!!!
Qual??!!
Aquele, o João Ninguém, não se lembra? Eu o vi caminhando com um sorriso amarelo no rosto, e pensei logo que tivesse alguma novidade, e tinha mesmo.
Estava um barulheira de ônibus passando, mas o encanto mesmo era um bem te vi que ao longe cantava quase arrebentando os pulmões, cumprimentei o João, que percebeu minha presença segundos depois e deixando de olhar pro céu, cumprimentou - me.
- Como vai? João!!! Ele começa logo a contar...
- Tava aqui olhando uns pássaros que deslizam com tanto charme pelo ar, pensei que eles devem pouco né?
- Mas não eram eles que te distraiam?? Disse eu...
- Não, não!!! Tava pensando nessa lógica injusta de mercado, vivem dizendo por ai que vão acabar com desemprego, mas tudo é calculado pra sobra mortos de fome que aceitem qualquer valor pro seu trabalho e que no fundo são horas de vida irrecuperáveis. Comemos, vestimos, adoecemos... E como não deslizamos pelo ar e nem comemos tão pouco como os pássaros, penso que caminho tomar, me submeto a qualquer trabalho, esquecendo essa estória de dignidade e aceito qualquer idiota ditando meus horários, ou continuo tentando me realizar profissional e intelectualmente do meu jeito? Num país onde se idolatra, bunda, cerveja, e futebol, e óhh que não tenho problemas com bumbuns e cerveja e sim com o futebol, "os cartolas" lógico, que enriquecem às custas de assalariados, tô brincando, tenho bronca sim da manipulação simbólica em torno da bebida e da bunda.
Sinceramente não sei muito o que fazer às vezes, tudo muda muito rápido, a profissão que hoje bomba, amanhã pode desaparecer, algumas pessoas lutam por concursos públicos talvez por ideologia, outros pra inchar a máquina estatal e não fazer porra nenhuma!!!!! Eu guardei uma grana e ia atrás de aperfeiçoamento, o concurso que prestaria foi cancelado e depois deu ter pago a maldita inscrição, daqui 3 meses to desempregado de novo...
Chegamos à casa do João, ele me convida pra entrar amassando o maço vazio de cigarros e acendendo seu último careta, como disse. Era um jardim bonito, com pedras espalhadas e bem cuidado como um jardim japonês, onde se medita atrás de tranquilidade, ele me pediu para comprar um cigarro na esquina, quis perguntar se precisava de mais alguma coisa, mas o portão era alto e bem fechado, caminhei tranquilamente pensando nas palavras dele.
Cheguei e o chamei, mas o portão estava aberto, entrei olhando pra baixo e reparando detalhes nas pedras, foi quando vi um de seus tênis à minha frente, ergui a cabeça e lá estava ele, balançando no ar após seu último cigarro.
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